-
Arquitetos: Vuumaatra Consultants
- Área: 530 m²
- Ano: 2023
-
Fotografias:Maruf Raihan
Descrição enviada pela equipe de projeto. Construído no setor urbano de rápido crescimento de Aftabnagar, na parte leste de Dhaka, Bangladesh, o projeto representa a verdadeira estética de uma paisagem contextual e cultural incorporando materiais locais e artesãos com uma mistura de recursos sustentáveis. O volume serve tanto como residência quanto como estúdio para o arquiteto, abrangendo três andares, e está situado em um terreno modesto de aproximadamente 200 metros quadrados. Apesar das restrições de espaço, o desafio foi encarado como uma oportunidade de criar um refúgio sereno em meio ao caos urbano.
Ao adentrar, os visitantes são recebidos por um espaço humildemente aberto, mas convidativo. Essa escolha de projeto reflete o papel duplo do cliente como visionário e arquiteto, impulsionado por um sonho pessoal de preservar um pedaço de terra para práticas esportivas em família, como partidas de badminton durante o inverno. A distribuição espacial se desdobra gradualmente, transitando de áreas mais públicas para espaços íntimos e privados à medida que se ascende verticalmente e de maneira paralela, lateralmente.
Inspirando-se nos princípios do Vastu Shastra, o layout se desdobra dentro de 9 grades quadradas, com a grade central servindo como um pátio aberto para o céu aumentando o fluxo de energia positiva. Este pátio, juntamente com um corpo d'água, também funciona como um recurso de resfriamento passivo microclimático, garantindo um ambiente confortável com abundante luz natural e ventilação por todo o espaço. O térreo abriga o estúdio do arquiteto com um espaço de trabalho aberto. O teto incorpora o método de construção da laje nervurada, integrando potes de argila tradicionais como preenchimento. Uma entrada aberta dá as boas-vindas à edificação e um volume visualmente proeminente surge para fora do corpo principal.
A abordagem arquitetônica incorpora estratégias de resfriamento passivo, utilizando transferência de energia para alcançar temperaturas mais baixas do que as do ambiente circundante. A seleção de materiais foi guiada pela adequação cultural, disponibilidade local e fatores sustentáveis. O tijolo era o mais adequado para isso e o concreto foi utilizado para os elementos estruturais.
O volume é envolto em uma fachada perfurada simples, inspirada nas memórias nostálgicas da casa de infância do arquiteto. Essas perfurações oferecem um toque pessoal, além de gerenciar eficientemente o calor solar, garantindo abundante luz natural e ventilação. Superfícies de vidro são conscientemente trazidas para o interior como a camada secundária para a fachada de tijolos perfurados. Assim, o sol não atinge diretamente a superfície de vidro. Como resultado, a temperatura interna é mais fria do que a externa no verão. Uma camada de vegetação entre a fachada de tijolos e as janelas de vidro fornece tranquilidade e aconchego para os ocupantes. Adicionar uma camada de natureza no interior foi intencional, pois melhora tanto o desempenho ambiental quanto o bem-estar dos ocupantes. Focou-se na integração da natureza no projeto e isso destaca a importância de projetar espaços intimamente conectados com o verde para alcançar uma vida sustentável.
Para concluir, o projeto demonstra um compromisso com princípios sustentáveis, integrando materiais locais, estratégias de resfriamento passivo e soluções estruturais inovadoras. O uso sensível do espaço, a ênfase na eficiência energética e a consideração dos fatores culturais, históricos e ambientais mostram uma abordagem holística para uma arquitetura sustentável.